segunda-feira, 5 de outubro de 2009

COMO ADQUIRIR OBRAS DE ARTE

Pode-se adquirir obras, por compra, troca e oferta. Por compra: em galerias, instituições, feiras de arte, bienais, artistas e etc. Troca: por vezes, as pessoas trocam obras entre si, ou entre uma galeria e um comprador e etc. Oferta: por vezes amigos, familiares, empresários, instituições, artistas, galerias quando o comprador é constante e faz algumas compras interessantes e etc.
A obra de arte se adquire por exposição a ela, não por treinamento numa fase inicial. É exactamente como se aprende a respirar.
O importante é que a obra de arte atenda, em primeiro lugar, ao nosso gosto pessoal, pois iremos conviver com ela dia a dia. O mais importante no adquirir é o comprar, por isso vou falar mais sobre este assunto.

O COMPRAR:

Há várias maneiras de comprar: por acaso, por gosto, por desejo de um momento, para fazer ver ao outro que também compra, por decoração, por vontade de ter em sua casa ou outro espaço várias obras, para fazer uma colecção, por investimento e etc.
O primeiro passo para comprar uma obra de arte é descobrir do que você gosta. E isso envolve criar um repertório pessoal e obter informação sobre o assunto.
Você é que escolhe a melhor maneira e aquela que mais lhe interessa, mas recomendo que leia e veja muita arte pois o gosto vai modificando com o passar do tempo e do saber. O caminho é este mesmo: pesquisar e aprender.
Com a evolução da sua aprendizagem você vai adquirindo vários “vícios”, esteja atento que neste mundo da arte há também um “mundo cão” e oportunistas por isso antes de ter algum espaço ou espaços, alguém ou várias pessoas onde se aconselhar, esteja atento e escute várias opiniões até ver a que melhor se coaduna com o seu saber no assunto, ou com o mais próximo de um dos seus objectivos. A dificuldade na hora de comprar a obra certa, a quem devo perguntar e como, muitas vezes, sai com dúvidas e sem ajuda de algumas galerias e pessoas, pois cada um puxa a brasa á sua sardinha para poder vender, por isso como disse acima escute e faça muitas perguntas sobre o assunto, aprenda a comprar aquilo que gosta, não pense por saber alguma coisa que já sabe tudo, não, todos os dias estamos a aprender coisas novas.
Concordo que se deva comprar só a pintura que se gosta, seja qual for o seu valor, mas sempre em consonância com as normas do mercado de arte, pois um dia, fatalmente, até por uma simples mudança de decoração, haverá de se procurar um novo dono para o quadro. Aí, nesse momento, a opinião dos outros sobre o quadro é muito importante.
Você pode comprar arte de diferentes níveis e preços, com diferentes maneiras de se pagar. Há várias maneiras de se pagar obras de arte: a pronto, a crédito, com vários cheques e etc.
Nas galerias, não se limite a visitar o que está exposto. Peça também para ver o acervo.
Há que se ter sempre o cuidado, ao se comprar uma obra de arte, de se saber o seu preço real de mercado, onde aquele artista tem mercado e qual o seu grau de liquidez. Isso é fundamental. As pessoas quando compram um quadro, seja qual for o seu valor, nunca pensam que um dia poderão necessitar de vendê-lo e aí se arrependem de não terem se assessorado.
Portanto, ao comprar uma obra de arte procure, pelo menos, conversar com um amigo iniciado em mercado e, por certo, ele lhe falará de procedência, autenticidade, qualidade, do preço justo de mercado, onde ela tem mercado e onde tem maior liquidez. Cuidado com as modas, pois elas passam.
Muitos possuem obras de arte para ostentar poder, muitas destas pessoas estão preocupadas com o seu valor do que com a sua qualidade, mas sobre este assunto falarei quando abordar a rubrica sobre o investimento na arte.
É muito importante que a assinatura esteja presente. A falta desta pode tornar uma obra autêntica em “atribuída a”, depreciando seu valor.
Pinturas e esculturas custam mais caro que gravuras, que podem ter qualidade, mas são reproduções em série. Há também serigrafias, fotografias. Vídeos e etc. Nas gravuras e serigrafias, fique atento à numeração. Por exemplo: 27/100 quer dizer que se trata do 27º exemplar de uma série de 100 reproduções. Quanto menor a tiragem, mais valoriza a obra e quanto for menor o número (ex. 30/100 o 7º exemplar tem mais valor do que o 30º e o 30º tem mais valor que o 99º), mais valor tem, também a prova de artista, gravura definitiva de uma edição limitada que o artista reserva a si próprio, tem ainda mais valor que as outras. Adquira também fotografias e vídeos artísticos, pois também é um bom investimento e uma “forma mais económica de se comprar”.
Informe-se sobre a realização de leilões de arte, visite a exposição prévia dos trabalhos e verifique no mercado qual o preço daquelas peças que o interessarem mais.
Não se sinta vexado ao fazer perguntas, mas também não cometa o equívoco comum de dizer que até uma criança faria essa ou aquela pintura abstracta.
Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso ser milionário para formar um acervo pessoal de obras de arte de qualidade, assinadas por artistas consagrados ou emergentes no mercado, é preciso saber comprar, mas esse assunto abordarei quando falar no investimento na arte (a melhor compra faz-se é quando o artista está no inicio da carreira e se sabe que ele é um lutador e tem como objectivo fazer um bom currículo, ou a meio dela e pratica preços “baixos” em relação ao seu percurso, não estão especulados por interesses).
Sempre que gostar intensamente de uma obra, compre-a (lógico se tiver condições), nem que a deixe reservada por uns dias se tiver alguma barreira nesse momento, mas compre-a!

1 comentário:

  1. Óptima explicação. Compreendi tudo. Até agora foi o melhor que encontrei na internet, sobre o adquirir obras de arte. Parabéns. Maria de Fátima

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